Exportações de autopeças superam US$ 9 bi e reforçam corrida por automação na indústria brasileira
Setor amplia uso de robótica, garante crescimento nas exportações e busca reduzir impacto de possíveis tarifas.
As exportações brasileiras de autopeças ultrapassaram US$ 9 bilhões em 2024, segundo dados do Sindipeças. Para atender mercados exigentes como Argentina, Estados Unidos e México, montadoras e fornecedores nacionais vêm ampliando seus investimentos em automação e robótica, tecnologias que já respondem por quase um terço das novas instalações de robôs no país. Só em 2022, foram implantadas 1.858 unidades, consolidando o setor automotivo como líder na adoção de soluções de ponta e motor da transformação tecnológica no Brasil.
Os investimentos das montadoras reforçam essa tendência. A General Motors anunciou R$7 bilhões em aportes até 2028 em suas plantas nacionais, enquanto a Volkswagen prevê R$9 bilhões no mesmo período. Além disso, programas governamentais destinam R$ 19,3 bilhões em incentivos fiscais para estimular inovação, automação e descarbonização da cadeia automotiva.
Esse cenário positivo, no entanto, convive com incertezas no comércio exterior. O anúncio do “tarifaço” entre Brasil e Estados Unidos aumentou a pressão sobre exportadores de autopeças. Mesmo que o setor tenha ficado de fora e o país ainda mantenha bom desempenho, com alta de quase 10% em 2024 e crescimento das vendas para a Argentina, a possibilidade de tarifas mais altas em um mercado tão estratégico gerou muito receio.
“Automação e exportação caminham juntas. Para disputar espaço em comércios tão exigentes, o Brasil precisa investir em linhas mais inteligentes, que aumentem a produtividade sem abrir mão da sustentabilidade”, avalia Michael Lopes, engenheiro de automação com mais de 10 anos de experiência e que já desenvolveu soluções para empresas como Tesla, GM e Ford, com foco em eficiência energética, automação de linhas de produção e integração robótica.
Além dos gigantes globais, startups nacionais também começam a ganhar destaque. A capixaba Lume Robotics, especializada em veículos autônomos de nível 4, já realizou projetos em parceria com Embraer e Marcopolo e mostra como o país pode avançar não apenas como exportador de peças, mas também como desenvolvedor de soluções tecnológicas de alto valor agregado.
Apesar dos avanços, o setor ainda enfrenta desafios. O custo elevado dos robôs restringe o acesso de pequenas e médias empresas e a falta de mão de obra qualificada limita a velocidade da modernização. Ao mesmo tempo, a pressão do mercado internacional por eficiência, sustentabilidade e segurança comercial funciona como estímulo para acelerar a transformação.
Combinando investimentos privados, incentivos públicos e a demanda crescente de mercados externos, o Brasil se posiciona para dar um salto tecnológico no setor automotivo. “A integração entre automação nas linhas de produção e expansão das exportações de peças, mesmo que sob risco de barreiras tarifárias, reforça o papel estratégico da indústria no futuro da economia nacional”, conclui Michael Lopes.
Sobre
Michael Lopes, engenheiro de automação com mais de 10 anos de experiência, atua em projetos industriais de alta complexidade. Já desenvolveu soluções para empresas como Tesla, GM e Ford, com foco em eficiência energética, automação de linhas de produção e integração robótica. Apaixonado por inovação, acredita na tecnologia como motor de transformação da indústria.
Fonte: Lucky Assessoria