LECAR: O Modelo 459 Híbrido foi priorizado e o modelo 100% elétrico foi adiado

Estivemos na sede da LECAR em Alphaville e entrevistamos o fundador da marca. Acompanhe como foi a entrevista.

LECAR: O Modelo 459 Híbrido foi priorizado e o modelo 100% elétrico foi adiado
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O empresário Flávio Figueiredo Assis nos recebeu na sede da LECAR para uma entrevista franca e descontraída, na qual falou com entusiasmo sobre o inovador projeto do primeiro carro híbrido brasileiro produzido por uma montadora 100% brasileira. Em um ambiente agradável, Flávio compartilhou detalhes da iniciativa que promete marcar um novo capítulo na indústria automotiva do país, destacando os desafios, conquistas e a visão de futuro que impulsionam a LECAR nessa jornada pioneira.


Transcrição da Entrevista:


[AUTOMUNDO]
Bom, primeiramente, obrigado, Flávio, por receber a gente aqui.

E eu queria saber de vocês aqui a proposta da Lecar com o modelo 459 híbrido, assim, de uma forma sucinta. Eu gostaria que você dissesse o que é esse carro e qual é o objetivo da LECAR pra ele no mercado.

[Flávio]
É, nós fizemos estudos, né, o brasileiro ele usa carro pra trabalho, pra passeio, pra compras. Então a gente queria um carro que ele fosse barato, tivesse um preço justo, né, e sem abrir mão de qualidade de espaço, de conforto, né, e um carro pra família brasileira.

[AUTOMUNDO]
Por que a empresa decidiu seguir pelo caminho do híbrido e não do carro 100% elétrico? Aqui eu gostaria até que você fizesse uma correção, caso seja necessário. Vocês realmente desistiram do carro 100% elétrico ou só adiaram o projeto?

[Flávio]
Nós adiamos o projeto do 100% elétrico. Teve realmente um erro de comunicação anterior, né, a gente não desistiu do carro elétrico, né, a gente adiou.

E em abril de 2024 a gente ficou muito assustado com as notícias de Europa, Estados Unidos, problema de infraestrutura. E eu conheço a infraestrutura que é boa, a deles, mas mesmo com aquela infraestrutura, eles estão tendo problema com o carro 100% elétrico, no Brasil não vai funcionar nunca. Mas foi assim um susto e a gente transferiu esse susto errado aí pro mercado e a gente vê, né, o que a gente percebeu hoje com mais maturidade no projeto, que o futuro não vai ter apenas uma tecnologia, vai existir híbrido, vai existir carro 100% elétrico, carro a hidrogênio, né, não vai ter, né, porque a gente ficou, eu acho que um pouco também engessado, né, porque a gente vem de mais de 100 anos com a tecnologia combustão interna, né, então, por exemplo, só tem uma tecnologia, só tinha uma tecnologia. Então, a gente achou também que esse seria o futuro, né, naquela época, só vai ter um tipo de tecnologia, elétrico ou híbrido.

E hoje a gente vê que cada tecnologia, ela tem sua aplicação.

[AUTOMUNDO]
A parte que a gente tem que também explanar é o projeto do híbrido, a parte do elétrico vai seguir a mesma linha de montagem, existe uma previsão de linha de montagem separada ou vai usar a mesma linha de montagem do híbrido para o elétrico?

[Flávio]
Ressurgiu nos desenvolvimentos, né, a gente tem uma bateria, ela é feita especificamente para o nosso projeto e a gente conseguiu junto com o fornecedor, a Winston, reduzir bem a massa, o volume dela, o peso dela. É uma bateria, é uma célula de 60 amperes, então a gente conseguiu reduzir o tamanho, a densidade, mantendo 60 amperes por célula e gerando menos peso, mais economia. E a nossa engenharia, com essa redução dessa bateria e o do custo também, se a gente tem no híbrido uma bateria de 17 kW, se a gente tem esse mesmo projeto com duas baterias de 17 kW, a gente consegue uma autonomia próxima de 300 a 350 km de autonomia com essas duas baterias e somente iria eliminar o conjunto gerador de energia elétrica.

Então dentro do mesmo projeto, com duas baterias e sem o sistema de geração de energia elétrica, a gente tem dentro do mesmo projeto a possibilidade de ir na mesma linha de montagem, produzir o híbrido e produzir o elétrico que o elétrico na verdade seria mais otimizado porque é só retirar, não é acrescentar mais nada.

[AUTOMUNDO]
Perfeito. Queria que você falasse agora quais são os parceiros envolvidos nesse projeto do Lecar 459 híbrido, que é o projeto inicial, que foi priorizado. Fala um pouco desses parceiros.

[Flávio]
Nós priorizamos empresas brasileiras. E na falta delas, empresas estrangeiras com produção nacional. Com a única, duas exceções, que a gente não tem nem empresa brasileira e nem produção local no Brasil, que são as baterias, células de bateria e também o motor elétrico com ímãs permanentes de terras raras, que são os motores modernos que são utilizados nos veículos elétricos.

Os demais fornecedores são empresas brasileiras ou empresas estrangeiras com produção no Brasil. Em destaque, vale lembrar que isso gera mais oportunidade para o Brasil, para as empresas brasileiras e também para a satisfação dos nossos clientes. Então nós já temos peças de reposição do carro antes dele ser produzido no mercado.

E já com assistência técnica, peças já disponíveis no mercado, que a gente vai citar aqui algumas delas. São empresas do grupo Randon, que estão desenvolvendo com a gente toda a parte de suspensão e freio do carro. Então você tem o freio, ele é fornecedor a Fras-le, que é uma empresa gigante, que distribui peças para a Europa, para os Estados Unidos.

E já tem o conhecimento do mercado, que é mais importante o quê? Tem a peça e tem a assistência.

[AUTOMUNDO]
Uma das preocupações dos compradores vai ser justamente com relação a reposição de peças, manutenção.

[Flávio]
Então a todo momento a gente levanta essa bandeira de empresa brasileira e prioridade de desenvolvimento com a empresa brasileira, mas isso tem mais a ver com a satisfação dos nossos clientes. Igualmente, amortecedor é na Nakata, que também é do grupo Randon, já tem essas peças disponíveis e também assistência técnica em todo o Brasil, assim como a suspensão também, da Suspensys, que também é uma vertical de tecnologia do grupo Randon. Pneus, nós temos a Pirelli, que é uma empresa italiana, mas esse pneu é produzido aqui no Brasil.

Já um pneu tecnológico, ele tem entre a camada interna e externa um gel, que ele faz autorreparo de perfuração de prego. As rodas, a outra empresa brasileira, a Maxion, que é a maior fabricante de rodas do mundo, a empresa brasileira. Nós temos também a COMACO, que é a fabricante de bancos automotivos e tem a Fanauto, que é a única empresa brasileira que produz vidros de segurança automotivo, que também tem presença global, é um fornecedor que fornece para outros países e empresas brasileiras.

Então, a gente já tem esses dois eixos muito bem estruturados, priorizados, que é o fornecedor nacional, já com distribuição nacional e o eixo do cliente, satisfação total do cliente, que tem peças de reposição já disponíveis no carro em todo o Brasil.

[AUTOMUNDO]
Uma das coisas que o consumidor também quer saber é com relação a multimídia, que ele, todo o conforto que a pessoa tem em chegar num carro e se sentir que vai vestir o carro. Ele chega, já tem o seu telefone conectado, já tem toda a sua agenda funcionando para ser vista no painel e a combinação da multimídia com a tecnologia do carro. O que você tem para dizer para a gente?

[Flávio]
Então, esse fornecedor ainda não está definido, mas a gente tem conversas com a Harman Kardon para fornecer. Eles já tem esses pacotes muito bem maduros, de conectividade do carro, toda a interação do carro e a gente estava em dúvida de pegar já uma solução de mercado e trazê-la pronta do carro. A gente está estudando qual é a vantagem e desvantagem disso, da gente gerar ali um desenvolvimento com vários fornecedores.

A gente tem uma grande tendência de pegar o que é uma empresa líder de mercado, um braço da Samsung, e que é muito legal e a gente possivelmente fecha com eles.

[AUTOMUNDO]
A parte agora institucional, o que vocês têm feito aí de parceria, de interação? Por exemplo, eu cito aqui a ABVE, a Mover. O que você pode falar para a gente da parte institucional da Lecar com o mercado?

[Flávio]
A parte do Mover, que é a parte do governo, a gente inicia a nossa jornada com um incentivo fiscal muito importante. Vale a pena lembrar que o Mover é um braço da NIB, Nova Indústria Brasil, que incentiva a instalação e modernização do Parque Fabril Brasileiro. A gente nasceu na era Mover, é muito importante para nós, tem lá benefícios significativos.

E em relação a ABVE, é um ambiente que a gente gosta muito de estar presente, tem um apoio muito grande entre as montadoras que estão ali, estão sempre buscando opções e apoios que sempre tem aquela dobradinha, que é bom para o segmento e melhor ainda para o consumidor. Sempre buscando mais segurança na homologação de equipamentos e tem também uma tendência lá que é muito boa também, que é um movimento ali que é de buscar fomentar a localização de peças e componentes no Brasil, a intenção de todo mundo, tem empresas, as empresas lá em sua maioria são estrangeiras, a LECAR é a única montadora brasileira e a gente sempre, eles têm uma intenção muito boa de não só de vender para o Brasil, mas desenvolver o mercado do Brasil.

[AUTOMUNDO]
A montadora brasileira é diferente da montadora nacional, queria até que você explicasse isso porque é um dos diferenciais da LECAR, e que tem que ser colocado bem claramente no mercado para que o consumidor também entenda.

[Flávio]
Eu não entendi muito bem a sensação, como a gente não tem montadora brasileira, uma marca nacional, dá a sensação que nós brasileiros adotamos as marcas estrangeiras como nossa, mas eu acho que a LECAR nasce e surge esse novo CNPJ, essa nova atividade no Brasil com a montadora brasileira, que a gente não tem.

[AUTOMUNDO]
Marca brasileira e montadora brasileira.

[Flávio]
Então a gente está descobrindo ainda, mas eu tenho a impressão que nós adotamos as montadoras de outros países como o nosso. Por qual ausência? Por não ter uma brasileira.

[AUTOMUNDO]
Perfeito. Bom, com relação a fábrica que já foi anunciada em Soretama, no Espírito Santo, está com investimento, você tem visitado, você tem acompanhado como é que está? O que você pode trazer para a gente?

Quando a gente vai poder conhecer a fábrica e saber quando vai ser iniciada a produção dos veículos da LECAR?

[Flávio]
Então vou começar respondendo de trás para frente. A produção inicia em agosto de 2026. A gente só não sabe ao certo a quantidade de carros que a gente vai produzir, se é um por dia, se é a quantidade lá.

[AUTOMUNDO]
Vai ter a fase de adaptação e ajuste dos equipamentos, né?

[Flávio]
Não só isso, os atrasos que a gente já está tendo agora inicialmente, que é atraso natural, é de licenças, é meio ambiente, é muita coisa que a gente tem para tratar. A gente tem uma expectativa.

[AUTOMUNDO]
Licença de instalação já foi adquirida?

[Flávio]
A gente está na licença prévia ainda. O primeiro nome até. A gente está ainda atendendo o Termo de Referência.

Mas só que nós não paramos, tá? A gente não conseguiu fazer a pedra fundamental, mas a gente já tem o estudo de design da planta. A gente vai ter do body shop para frente, que é a montagem do monobloco, essa parte de soldar o carro, até a estrutura do chassi, monobloco do carro, pintura e linha de montagem final.

A gente não vai ter, inicialmente, as linhas de prensa onde faz todas as partes do carro. Isso vai ser terceirizado. Mas a gente não para.

A gente está atrasado na parte física da obra, mas a gente já tem o design, o estudo de design.

[AUTOMUNDO]
A parte física está atrasada por causa da licença?

[Flávio]
A gente não consegue iniciar. E licença ambiental é mais social do que ambiental, né? Porque tem todo ali o estudo de impacto, para não ter uma imigração com ocupação irregular.

Tem várias coisas ali que a gente apoia, apesar de estar sendo penalizado. Mas a gente não para. A gente já tem o design das linhas de montagem, body shopping.

A gente já tem os estudos do prédio. A gente precisa de confirmar a ocupação de massa dentro do terreno, melhor parte. Mas o desenho a gente já tem.

Os desenhos preliminares das linhas a gente já tem e fica bem em ponto de executar após as licenças.

[AUTOMUNDO]
Falando ainda com relação à instalação. Os equipamentos já foram adquiridos. Você disse que está no projeto, está tudo certo.

Mas os equipamentos para a montagem do veículo já estão em processo de fabricação, importação? Ou como é que vai ser feito isso lá, para que esses equipamentos cheguem lá no local, sejam montados, ajustados e começar a produzir? Esses equipamentos em si já estão encaminhados?

Estão todos em estudos.

[Flávio]
Uma fábrica, uma montadora, a gente tem uma faixa de 800 mil a 2 bilhões de reais para investir. Depende do nível de automação. Se você quer ter um nível de automação de 95%, você vai gastar 2 bilhões.

Vai rechear bem ela com o robô. Se você quiser uma linha, uma fábrica com menos automação, ela fica mais barata. Então a gente já tem esse estudo e a gente vai definir conforme a gente tiver mais certeza também com a quantidade de produção, a quantidade de investimento que a gente está disposto a fazer no momento dessa implantação.

Mas eu acredito que a gente fique no meio do caminho.

[AUTOMUNDO]
Uma das preocupações que a gente entende com relação ao negócio dessa magnitude é que os imprevistos são normais. O cronograma para que isso aconteça, você já tem isso pronto, você já tem isso divulgado. Como que você pretende divulgar esse cronograma para que os seus compradores já fiquem certos de quando o primeiro carro vai sair?

[Flávio]
Então, a gente tem essa data em agosto de 26, o início da produção. A gente não consegue afirmar que a gente começa a produzir em agosto de 26, a não ser o volume de produção. E esse agosto de 26, ele não é um sonho, não é uma meta a ser perseguida.

A gente já fez todos os orçamentos e já aprovamos as empresas que vão fazer a obra civil, a automação da linha. Todos os orçamentos já estão nos orçamentos, todo o cronograma que é físico, financeiro, de execução. Então, a gente bateu em agosto de 26.

Estamos já atrasados, porque já era para ter começado. Mas como eu disse, a gente tem a parte de design, de desenhos, de pré-projetos, que eles estão avançando em paralelo.

[AUTOMUNDO]
Flávio, também você comentou comigo que existe a previsão para fazer o lançamento da picape. E aqui o questionamento vai ser uma picape urbana ou uma picape rural, visto que a picape urbana não exige tanto da suspensão do veículo como uma picape rural. Acredito que seriam dois modelos caso você faça o lançamento da picape.

A princípio, a picape será urbana ou vai ser voltada ao público rural?

[Flávio]
Outra vantagem de desenvolvimento com a empresa brasileira, o carro já tem essa característica das estradas do Brasil e da necessidade do carro. A plataforma é compartilhada entre o cupê e a picape, mas a suspensão é alterada. Então o carro é uma picape, cabine dupla, pequena, de pequeno porte.

[AUTOMUNDO]
A princípio, urbana, né?

[Flávio]
A princípio, ela vai atender também o rural, que ela já sai com esse desenvolvimento, né? Com a empresa brasileira e já sabendo, né? Deixa eu dar um exemplo aqui para explicar.

Como a suspensão é de empresa brasileira, então existe já esse preparo nesses fornecedores, né? Peças mais resistentes, mais robustas para enfrentar o desafio da estrada, urbana e, consequentemente, a rural também. Então vai ser uma caminhonete para atender o rural também.

[AUTOMUNDO]
Aqui, agora só para reforçar aquilo que já foi dito, né? A gente tem a tecnologia Range Extender, que você citou, a autonomia do veículo, gostaria que você falasse também, né? E design e estrutura.

Vamos começar aqui pela motorização, né? Antes da tecnologia Range Extender, eu queria que você falasse da motorização e depois da autonomia.

[Flávio]
A motorização. A gente tem dois motores, uma combustão interna e um motor 100% elétrico, que é de tração.

[AUTOMUNDO]
A combustão interna é um motor 1.0 turbo flex, certo?

[Flávio]
Perfeito. Mas ele não participa da tração, ele apenas faz parte do conjunto gerador de energia elétrica. E esse motor, ele é híbrido flex e também ele tem de mil cilindradas, turbo, com o que há de mais tecnológico para o uso do etanol, né?

Que é a pressurização do combustível e turbina, que faz aí uma melhoria significativa no aproveitamento da combustão do etanol.

[AUTOMUNDO]
Fala um pouco agora da tecnologia Range Extender.

[Flávio]
É um privilégio a gente nascer com essa tecnologia, Range Extender, que é também, eu também vou contar uma breve história que dá para o pessoal, os ouvintes aí, ter melhor desenho dessa tecnologia. Na verdade, o que a gente fez? Vendo, surgiu um meme do veículo Tesla rebocando um gerador de energia, estacionário rebocando o carro, ele abastece onde ele quiser, para o carro e abastece o carro, coloca energia no carro.

Aí eu falei assim, por que não botar um gerador de energia dentro do carro? E é isso que a gente conseguiu com a parceria com a Rossi e com a WEG, onde tem um conjunto gerador de energia elétrica dentro do veículo e com a vantagem, que você sabe a fonte da energia elétrica. Se você usa etanol, a sua geração de energia elétrica é de fonte renovável e sustentável e é a matriz energética do Brasil, o etanol.

[AUTOMUNDO]
Sobre a autonomia do veículo, você citou que vai ser em torno de mil quilômetros. Fala um pouquinho mais sobre isso.

[Flávio]
O motor a combustão vai funcionar em dois mil giros. Só lembrar que um carro em ponto morto funciona em mil giros. O motor a combustão trabalha em uma faixa muito eficiente e sem grandes desafios.

Você tem um motor no carro, ele vai para cinco mil giros, desce e sobe. O motor a combustão trabalha na melhor faixa de eficiência energética dele e mantém um pack de bateria pequeno carregado e que alimenta o motor de tração elétrica. É o melhor dos dois mundos.

O motor a combustão e o elétrico junto ficam muito eficientes, proporcionando mil quilômetros de autonomia para o carro.

[AUTOMUNDO]
Com relação à tecnologia de assistência ao condutor, o ADAS, o veículo vai sair em uma versão única, básica, superior ou intermediária? Como vai ser isso?

[Flávio]
A gente vai ter no carro o ADAS nível 2.

[AUTOMUNDO]
O carro vai sair em uma versão única ou vai ter várias versões?

[Flávio]
Versão única. O ADAS já sai em um ADAS nível 2, onde dois ou mais sistemas são gerenciados pela tecnologia e a gente está usando o Open Palette, que é um sistema aberto de desenvolvimento, onde nós somos colaboradores e podemos usar essa tecnologia que é compartilhada.

[AUTOMUNDO]
Então ele tem assistente de frenagem, sistema de alerta de ponto cego e assistente de direção semi-autônoma, é isso?

[Flávio]
Isso, então ele tem controle de faixa também, SIGA e PARE, e também você consegue, por exemplo, se você deixar ele na velocidade da via, quando você chega em uma curva, naquela faixa de estrada é 30 ou 40 km por hora, quando você chega a 100, o carro faz a redução para fazer a curva, então é bem legal, é muito interessante o sistema, e é um sistema que a gente já faz testes, a gente tem o Corolla que faz teste com esse sistema, e a gente vai aprendendo, todo o nosso aprendizado foi feito em testes mesmo de rua, e gostamos muito, é bem legal.

[AUTOMUNDO]
Agora para o mercado, nos dias de hoje, quanto custaria esse veículo para o consumidor final? Você tem a ideia de preço, você não quer especular esse preço hoje, devido a variação que a gente tem, principalmente da inflação, não dá para a gente precisar quanto esse carro vai custar em 2026, mas você tem aí uma ideia de quanto ele custaria nos dias de hoje? Estamos falando no dia 14 de maio de 2025.

[Flávio]
Nós já temos o preço divulgado no site, o preço dele de venda, inclusive temos lista de espera também desse carro, com esse preço de R$ 159 mil, e o que a gente conseguiu também fazer, tanto a picape quanto o 459 Coupé, eles têm o mesmo preço de venda, porque eles compartilham a mesma tecnologia, a mesma plataforma, só muda carroceria, então a gente conseguiu deixar os mesmos valores. Então, aparentemente é um carro que, híbrido flex mais barato do Brasil, tem muita gente que pode ficar assustado com o preço, mas o carro brasileiro não tinha que ser mais barato, a gente não tem volume de produção que tenha isso ainda, é um valor mais especial e nós temos alguns custos, não só pelo volume, mas a gente tem que diluir.

[AUTOMUNDO]
Só reforçando aqui, o carro elétrico não saiu da sua pauta, ele vai ser produzido num segundo momento, mas você identificou que no primeiro momento teria que ser o híbrido, por conta do mercado de transição que a gente vive. Agora eu queria fazer aqui um apanhado dos principais parceiros, e queria que você comentasse, se eu esqueci algum aqui, mas o principal parceiro aqui vai ser o Horse Powertrain, que é o motor a combustão, que vai gerar a energia para as baterias, a WEG, que vai ter esse conversor, o gerador de energia, a Repo Power que vai fornecer o motor elétrico de 163 cavalos, a Winston Battery que vai fornecer as baterias, a Comau que vai ser a responsável pela linha de produção, a robotização da automação da montagem.

[Flávio]
Lembrar que a Comau é um braço da Stellantis, é a fábrica que faz a fábrica da Stellantis.

[AUTOMUNDO]
Perfeito, uma dúvida que ficou aqui, e acho que você já esclareceu, só queria que você reforçasse, é com relação ao chassi do veículo. Você comentou comigo que você vai terceirizar isso e vai selecionar ainda quais são os fornecedores, ou vai escolher qual será o fornecedor desse chassi, é isso?

[Flávio]
A gente vai terceirizar a estamparia do chassi, a gente fornece os moldes, a pessoa bate numa prensa, é como se fosse uma copiadora, fazer um capô, tem uma empresa que coloca o aço num molde e a gente produz o capô, produz a porta, e isso vai ser terceirizado, o estampo das peças do chassi.

[AUTOMUNDO]
Sim, as peças do chassi, mas o chassi em si, a base onde todas essas peças vão ser montadas, essa base ela vai ser feita para vocês ou também vai vir terceirizada?

[Flávio]
Também a gente vai terceirizar, terceirizar para empresas brasileiras.

[AUTOMUNDO]
Perfeito, eu acho que aqui a gente já pode concluir, acho que tudo isso aqui você já reforçou, né? Então, Flávio, eu queria agradecer você por essa entrevista, essa cortesia de receber a gente aqui na sede, aqui em Alphaville, e queria deixar com você as palavras finais aí para o seu futuro consumidor.

[Flávio]
Eu fico muito agradecido e eu falo que o maior patrimônio que a LECAR tem são os parceiros, é o apoio que a gente recebe do brasileiro, muita gente apoiando a gente e apoiando também de forma mais significativa, entrando na lista de espera, que a gente consegue se organizar melhor, a gente sabe o que vai produzir, aonde a gente vai entregar e aonde que a gente tem que prestar uma assistência técnica melhor.

Então, eu acho que é o grande patrimônio e está sendo incorporado esse patrimônio, esse apoio aí da mídia, que olha com a gente com mais credibilidade. Eu acho que você é o primeiro que vem aqui esse ano nos visitar e eu acho que com o que você está vendo, os parceiros que a gente tem, eu acho que não tem como não ver mais o carro da LECAR andando na rua, acho que dá para você fechar o olhinho e ver um carro da LECAR na rua. Então, esse aí é o recado que eu quero dar, a gente tem três anos também, né?

Parece muito, mas para setor automotivo é pouco, mas a gente está construindo esses patrimônios e é muito importante para nós que venham nos visitar aqui em Alphaville, vai nos visitar também na Eletrocar, no Anhembi em São Paulo agora em junho, acho que é legal o público ver o que a gente está trazendo de proposta, as nossas tecnologias e ver que a LECAR não é mais sonho, é um sonho tornando-se realidade.

[AUTOMUNDO]
Ok, muito obrigado.


Sobre o Lecar 459 Híbrido Flex Range Extender

O Lecar 459 Híbrido Flex Range Extender é o primeiro modelo da Lecar, um carro híbrido com motor 1.0 turbo flex, motor elétrico Hepu de 165cv e gerador WEG.

Um veículo com tração 100% elétrica e sem tomada que traz a tecnologia Range Extender, com um motor à combustão utilizado unicamente para recarregar a bateria que alimenta o motor elétrico responsável pela tração do carro.


Sobre a LECAR

A Lecar é uma fabricante brasileira de veículos híbridos e elétricos criada para revolucionar a mobilidade no Brasil e na América Latina. Com uma proposta inovadora, produzimos carros com tração 100% elétrica, sem necessidade de recarga em tomadas, tornando a tecnologia acessível e prática.


Fonte: LECAR