Stock Car 2025 estreia carro mais leve e seguro, com apoio da Embrapii
Parceria entre Instituto de Pesquisas Tecnológicas e Audace Tech reduz peso, aumenta segurança e encurta manutenção dos novos carros da categoria.

Um veículo que alia leveza, segurança aprimorada e custos de manutenção reduzidos já é realidade na nova era da Stock Car Pro Series, principal categoria do automobilismo brasileiro. O projeto, desenvolvido pela Unidade Embrapii de Materiais Avançados – Laboratório de Estruturas Leves (LEL) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em parceria com a empresa AudaceTech, resultou em um carro 20% mais leve, com componentes mais eficientes e manutenção mais ágil — essencial durante as corridas. A iniciativa teve início em janeiro de 2022 e foi concluída em 2025.
A estreia oficial do modelo, um marco no automobilismo brasileiro e batizado como SNG01 (sigla de Stock Car New Generation 01), ocorre na abertura da temporada 2025 da Stock Car, em 3 e 4 de maio, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. A inovação envolve o desenvolvimento de componentes veiculares voltados para o pacote aerodinâmico e os sistemas de proteção contra impacto, com aplicação de materiais de alto desempenho.
O projeto apoiado pela Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) englobou simulações estruturais com dinâmica de fluidos computacional (CFD), análises de crashworthiness (resistência a choques) e testes em grande escala para validação do novo chassi, fabricado com uma liga especial de aço desenvolvida exclusivamente para essa nova geração de carros.
Desta maneira, os melhores pilotos do automobilismo brasileiro — como Rubens Barrichello, Felipe Massa, Gabriel Casagrande, Cacá Bueno, Daniel Serra, Ricardo Maurício e Felipe Fraga — terão às mãos um veículo que reúne tecnologia de vanguarda e a mais alta segurança.
A partir de 2025, a Stock Car rompe com um paradigma histórico e vigente desde seu ano de nascimento, em 1979. Os tradicionais sedãs darão lugar a SUVs das montadoras Chevrolet, Toyota e Mitsubishi, que levarão aos principais autódromos do Brasil os modelos Tracker, Corolla Cross e Eclipse Cross, respectivamente. A iniciativa foi conduzida com foco na aplicação de materiais nacionais e importados de alta performance, tanto no projeto quanto na fabricação dos veículos.
Ao todo, a Embrapii destinou R$ 3,8 milhões para viabilizar o projeto. "Temos um belo exemplo de como a inovação tecnológica, quando bem articulada entre centros de pesquisa e empresas, pode gerar resultados de excelência para a nossa indústria", afirma o presidente da Embrapii, Alvaro Prata. "Ao apoiar o desenvolvimento de um carro mais leve, seguro e com manutenção mais eficiente, mostramos que o Brasil tem capacidade técnica para liderar avanços no setor automotivo — das pistas de corrida às ruas", complementa.
Localizado em São José dos Campos (SP), o LEL foi responsável pelo desenvolvimento, simulação computacional, manufatura e caracterização dos materiais aplicados nos protótipos — especialmente nos pacotes aerodinâmico e de proteção contra impacto. Em colaboração com o Laboratório de Infraestrutura em Energia (LinE), também do IPT, o LEL realizou testes virtuais e experimentais do chassi tubular, construído com aço DP980R ArcelorMittal — desenvolvido especialmente para o projeto da nova geração de carros da Stock Car —, com chancela IPT e homologado pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA).
Outros aspectos do desenvolvimento do novo carro ficaram sob responsabilidade da AudaceTech, braço tecnológico da Stock Car. Também participam da iniciativa empresas como Subiter, TexiGlass, Espas Brasil, Magna Compósitos, SabeTech e Sigma.
Dotado de grandes inovações tecnológicas, o carro que representa a caminhada da Stock Car Pro Series rumo a uma nova era será impulsionado por motor turbo de 2,1 litros com aproximadamente 500 cv de potência. Muito mais leve que os últimos modelos da geração Sedan, os novos SUvs vão pesar 1.100 kg, o que, combinado com outros componentes de alta tecnologia e a nova asa móvel — inspirada na Fórmula 1 e novidade na Stock Car — garantirão tempos cerca de 4s mais rápidos.
Cabe também o destaque para o sistema de conectividade 5G fornecido pela Qualcomm Snapdragon, com sensorização de diversas funções do carro, o que permitirá ao público uma experiência imersiva, com imagens 360º fornecidas pelo aplicativo oficial da categoria, o Paddock Fan.
Das pistas para as ruas
O novo modelo será continuamente aperfeiçoado ao longo das próximas temporadas, com inovações anuais que vão agregar valor e performance ao veículo. Além de beneficiar o desempenho nas pistas, a iniciativa fortalece a indústria nacional, já que grande parte do conteúdo técnico é de origem brasileira — o que reforça a cadeia produtiva e os centros de pesquisa do país. "Todo o conhecimento gerado neste projeto tem potencial para ser transferido à indústria nacional", afirma Alessandro Guimarães, gerente do projeto no IPT.
A proposta também tem importância estratégica para o ecossistema de empresas e Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs) no Brasil, além de trazer benefícios diretos aos consumidores. Existe ainda a possibilidade de exportação do novo modelo, o que pode ampliar a presença do Brasil no mercado global de veículos de alto valor agregado.
O projeto integra o programa Mover (antigo Rota 2030), por meio de sua linha prioritária "P&D para Mobilidade e Logística", coordenada pela Embrapii. O Mover apoia a cadeia automotiva brasileira, fortalecendo atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) com recursos técnicos e financeiros.
Sobre a Embrapii
A Embrapii é uma organização social que atua em cooperação com Instituições de Ciência e Tecnologia, públicas ou privadas, para atender ao setor empresarial e fomentar a inovação na indústria. Para isso, conecta centros de pesquisa e empresas, compartilhando os custos da inovação ao aportar recursos não reembolsáveis em projetos que levem à introdução de novos produtos e processos no mercado. Para ter acesso ao modelo, a empresa deve apresentar seu desafio tecnológico à Unidade Embrapii com a competência técnica que se enquadra às necessidades do projeto. A Embrapii possui contrato de gestão com o Governo Federal, por meio dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Educação, da Saúde e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Além disso, possui parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Fonte: Embrapii / Corcovado Comunicação