A engrenagem invisível do MBR
Por trás de cada carro competitivo, há um chefe de equipe guiando um batalhão e agindo sob pressão, equilibrando logística, acerto e decisões que podem definir o campeonato.

Quando é dada a largada de uma corrida e o ronco dos motores toma conta do autódromo, poucos sabem quantas mãos e mentes foram necessárias para que cada carro do grid estivesse ali em condições de brigar pelas primeiras posições. Muito além do talento dos pilotos, há um trabalho de bastidores que mistura conhecimento técnico, sensibilidade, resistência emocional e paixão. É ali, nos boxes e nas oficinas, que os chefes de equipe assumem um papel fundamental, conectando todas as engrenagens que fazem uma equipe funcionar.
Liderar uma equipe no Campeonato Marcas Brasil Racing exige mais do que entender de mecânica. Exige visão estratégica, pulso firme e um faro apurado para decisões, às vezes técnicas, às vezes humanas, que impactam diretamente no desempenho em pista. Não por acaso, muitos desses líderes começaram cedo, aprendendo na prática. "Muito novo já participava da preparação de carros de arrancada. Sempre foi uma paixão", disse Muriel Stumpf, da Stumpf Preparações, equipe que lidera a MBR2000 A com Rafael Barranco e o VW Gol #9.
A busca pelo acerto ideal de cada carro começa bem antes da etapa. A rotina entre provas é intensa: as oficinas funcionam diariamente, com desmontagem completa dos carros, revisões minuciosas e adaptações conforme o que foi observado na última corrida. "Começa sempre após a última etapa. Já nas revisões, tentamos modificações para buscar desempenho. E a suspensão é o que mais muda de uma pista para outra", observou Stumpf.
Leonardo Rogério Nascimento, da Roger Racing, líder tanto na MBR2000 B com Naor Petry (Chevrolet Onix #132), quanto na MBR (1.6) Elite com Felipe Machiavelli (VW Polo #47), destaca a importância do diálogo constante com os pilotos. "Para chegar ao acerto ideal do carro, precisamos que o piloto nos passe a informação mais completa e assertiva, pra que possamos desenvolver o veículo a partir do que eles nos passam", disse.
Esse trabalho prévio, que envolve planejamento, experimentação e sensibilidade, se estende também para os fins de semana de corrida. "A rotina nos treinos é uma busca incessante pelo melhor setup. Nem sempre o acerto de uma pista funciona nela para o ano seguinte", explicou Alexandre Frankenberger, da MIG Motorsport, equipe que lidera a MBR (1.6) Super com Fausto De Lucca no Gol #51.
Nascimento acrescenta que o acerto do carro pode variar não apenas de pista para pista, mas também ao longo do fim de semana. "Cada pista tem um acerto, assim como a gente pode mudar durante a etapa também, durante o fim de semana", observou. E mesmo em situações com pilotos dividindo o carro, como Gustavo Magnabosco e Henrique Basso em sua equipe, a adaptação nem sempre é necessária: "Eles andam muito parecidos, então não precisamos modificar o carro de uma bateria pra outra", contou o chefe da Roger Racing.
Frankenberger destaca que a troca de informações entre pista e box é contínua e exige atenção aos detalhes. "A sensibilidade do piloto ainda é fundamental para entendermos as necessidades do carro", disse. Já Stumpf viveu situações em que foi preciso ousar. "Uma vez testei uma carga de molas que nunca tinha usado e matou a pau. Funciona até hoje", contou.
Mas nem todos seguem essa linha. "A gente nunca arriscou um acerto", afirmou Nascimento. Para ele, o foco está no capricho e na honestidade com que os carros são montados e desenvolvidos. "Sempre procuramos ter o máximo de capricho na montagem dos carros e no desenvolvimento", disse.
A tecnologia auxiliando as tomadas de decisões
Para tornar as decisões mais embasadas, as equipes contam com uma aliada indispensável: a telemetria. Esse sistema coleta e transmite dados do carro e do piloto em tempo real, permitindo uma análise precisa do desempenho e auxiliando nas tomadas de decisão. "No nosso caso, usamos o GPS como banco de dados, somado ao módulo do motor. É mais útil para aprimorar a guiada do piloto do que para acerto fino do carro", explicou Frankenberger. Já Stumpf destaca o uso complementar de câmeras onboard para analisar o comportamento do carro e do piloto: "Os pilotos olham tudo comigo. É um trabalho conjunto", observou. Nascimento também reconhece o valor dos dados, mas pondera: "Os dados de telemetria ajudam bastante no trabalho da equipe, mas os pilotos também têm bastante liberdade para opinar referente ao que estão sentindo durante a pilotagem".
Mesmo com tecnologia à disposição, o toque humano é o que garante que tudo siga funcionando, tanto nos aspectos técnicos quanto na convivência diária. "Manter a equipe motivada, mesmo com cansaço ou quando os resultados ainda não aparecem, é um dos maiores desafios", disse Frankenberger. Para Nascimento, esse desafio é suavizado pelo ambiente harmonioso. "É tranquilo liderar uma equipe, porque nossos colaboradores são de extrema qualidade e nos compreendem bastante, assim como os pilotos também tornam o ambiente bem unido e agradável", garante.
Cesar Bonilha, chefe da equipe Cesinha Competições, que lidera a MBR2000 Sênior com André Jacob no VW UP #38, aposta na organização como principal diferencial. "Temos um fluxograma de funcionamento. Seguimos isso e tudo dá certo", disse.
A gestão de pessoas e a divisão de tarefas também são pontos de atenção. "Para os dois carros da equipe temos seis pessoas diretamente ligadas durante o final de semana, fora todo o restante de pessoas que fazem parte da operação de forma indireta. Não sei ao certo o número total, mas imagino que seja mais de 20 pessoas, se somar os serviços terceirizados ligados ao carro e ao evento", detalhou Frankenberger.
Stumpf também conta com uma estrutura que se expande além dos muros da oficina. No dia a dia, trabalha com uma equipe fixa enxuta, mas o volume de serviços terceirizados envolvidos em cada carro amplia consideravelmente essa rede. "Envolve muita gente e gera muitos empregos. Tem a retífica de motores, a chapeação, a preparação de cabeçote, a borracharia... é uma cadeia que vai muito além da nossa oficina", disse.
Na Roger Racing, o trabalho também vai além dos mecânicos. "Para cada carro temos um mecânico durante a prova. Quando o outro colega do outro carro precisa de uma atenção um pouco maior, todos se unem. Esse trabalho vem desde a oficina, é um trabalho que envolve muitas pessoas, inclusive a família", explicou Nascimento. "Precisamos de uma colaboração maior, porque é um trabalho que demanda um pouco mais do nosso tempo nos finais de semana", completa.
Durante as corridas, o chefe de equipe costuma ser a figura central na tomada de decisões. "Geralmente está tudo planejado, mas em adversidades eu tomo as decisões", contou Stumpf. Nascimento confirma: "As decisões mais críticas são tomadas pelo chefe de equipe mesmo", disse. E nem sempre a cautela vence e pode acontecer do "tiro sair pela culatra": "Troquei uma caixa de câmbio por precaução e a que coloquei quebrou. Se tivesse deixado a anterior, talvez não tivesse acontecido", lembrou Stumpf.
No calor da pista e de acordo com a pressão, estratégias também podem virar o jogo. "Saber a hora certa de trocar pneus ou de atacar uma posição pode mudar tudo", disse Frankenberger. Nascimento também já viveu reviravoltas: "Já houve, sim, decisões de estratégia que acabam mudando positivamente ou negativamente, mas são várias ao decorrer do campeonato", contou.
Com a temporada 2025 ainda em andamento, os chefes de equipe seguem seu trabalho silencioso e vital. A cada etapa, enfrentam o cronômetro, o clima, a pista, a tensão e as adversidades com o mesmo foco: colocar seus carros na frente. E, principalmente, garantir que os pilotos possam brilhar com confiança de que, nos bastidores, tudo está perante controle. Afinal, em um campeonato onde milésimos de segundo fazem diferença, são eles - os chefes de equipe - que garantem que tudo esteja onde precisa estar.
O que você precisa saber sobre a 3ª etapa do Campeonato MBR
A próxima etapa do Campeonato Marcas Brasil Racing (MBR) será realizada no próximo fim de seman, em Guaroré (RS) Entre os dias 4 e 6 de julho, o Autódromo Internacional Nelson Luiz Barro reunirá carros da MBR 1.6 (Super e Elite) e MBR 2000 (A, B e Sênior).
As provas serão transmitidas ao vivo pelo canal oficial da Marcas Brasil Racing no YouTube (@marcasbrasilracing), com narração de Rodrigo Vicente e comentários de Francis Trennenphol.
A MBR 2025 conta com patrocínio da Scherer Autopeças e Speedmax. Tem como fornecedores oficiais a Zanoello, RCP Racing/Sparco, Churrascaria Pavoni e Monaro Hotel Guaporé.
Confira a programação completa no Autódromo Nelson Luiz Barro, de Guaporé (RS)
3ª Etapa Campeonato Marcas Brasil Racing
Quinta-feira, 3 de Julho
18h00 às 18h30 - Briefing obrigatório / Chefes de equipe MBR
Sexta-feira, 4 de Julho
07h30 às 08h00 - Briefing MBR
08h30 às 09h00 - Treino 1 MBR 2000
09h40 às 10h10 - Treino 1 MBR 1.6
10h30 às 11h00 - Treino 2 MBR 2000
11h40 às 12h10 - Treino 2 MBR 1.6
12h10 às 12h40 - Foto oficial (todos os carros e pilotos no grid)
12h45 às 13h15 - Treino 3 MBR 2000
13h55 às 14h25 - Treino 3 MBR 1.6
15h00 às 15h30 - Treino 4 MBR 2000
16h10 às 16h40 - Treino 4 MBR 1.6
17h00 - Carreata no Centro de Guaporé (MBR + 1.4)
19h30 - Confraternização pilotos e equipes (Autódromo)
Sábado, 5 de Julho
07h00 às 18h00 - Secretaria de prova / Vistoria técnica
07h00 às 18h00 - Abastecimento / Borracharia
08h30 às 08h40 - Classificatório MBR 2000
08h50 às 09h00 - Classificatório MBR 1.6
09h05 às 09h15 - Classificatório Turismo 1.4 Cat A
09h20 às 09h30 - Classificatório Turismo 1.4 Cat B
09h30 às 10h20 - Bateria 1 – MBR 2000
10h45 às 11h35 -Bateria 1 MBR 1.6
11h45 às 13h00 - Bateria 1 – Turismo 1.4
13h00 às 14h00 - Intervalo almoço / Ação promocional
14h00 às 14h50 - Bateria 2 – MBR 2000
15h15 às 16h05 - Bateria 2 – MBR 1.6
16h05 às 16h50 - Pódios
Domingo, 6 de Julho
08h30 às 9h20 - Bateria 3 – MBR 1.6
09h50 às 10h50 - Bateria 3 – MBR 2000 (com abertura oficial no grid / Hino Nacional)
10h50 às 12h00 – Almoço / Momento Scherer
13h45 às 14h35 - Bateria 4 – MBR 1.6
14h50 às 15h40 - Bateria 4 – MBR 2000
15h40 às 16h25 - Pódios
Confira os locais e datas do calendário da MBR 2025:
1ª Etapa - 28/29/30 de Março - Campo Grande (MS)
2ª Etapa - 09/10/11 de Maio – Cascavel (PR)
3ª Etapa - 04/05/06 de Julho – Guaporé (RS)
4ª Etapa - 08/09/10 de Agosto – Potenza (MG)
5ª Etapa - 03/04/05 de Outubro – Cascavel (PR)
6ª Etapa - 21/22/23 de Novembro – Londrina (PR)
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Site: https://www.marcasbrasilracing.com
Fonte: SIG Comunicação