Delegação do CREA-RJ constata avanço nas obras de duplicação da Via Dutra na Serra das Araras

Delegação chefiada pelo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de janeiro (CREA-RJ), engenheiro Miguel Fernández, fez uma visita técnica nesta terça-feira, dia 5, a uma das maiores obras de infraestrutura viária do estado: a duplicação da Serra das Araras. Com um investimento de R$ 1,5 bilhão, a obra abrange 16 quilômetros de extensão - 8 quilômetros por sentido - entre os Kms 225 e 233 da Via Dutra (BR-116). Pela via circulam mensalmente 390 mil veículos nos dois sentidos, 36% deles veículos de carga que transportam mais da metade do Produto Interno Bruto brasileiro.

Delegação do CREA-RJ constata avanço nas obras de duplicação da Via Dutra na Serra das Araras
Delegação do CREA-RJ visita um das frentes da obra de duplicação da Serra das Araras / Foto: Jorge Antonio Barros - Divulgação: CREA-RJ
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A intervenção visa a aumentar a capacidade da via, com a implantação de 24 viadutos, duas rampas de escape, duas faixas por sentido, de segurança e acostamentos, além de melhorias em 14 pontos de acesso e uma via marginal. A obra – que é feita pela EGTC Infra – também prevê a instalação de três passarelas, oito novos pontos de ônibus e a criação da feira de frutas, que vai atender pequenos comerciantes locais. A feira de frutas será instalada na parte central da Serra das Araras, que fica a 370 metros acima do nível do mar. 

A expectativa é que a duplicação aumente a velocidade de 40 km/h para 80 km/h, reduzindo o tempo de viagem em até 50% na descida (sentido Rio) e 25% na subida (sentido São Paulo). A obra gerará cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos, com impacto em mais de 20 milhões de pessoas nas regiões do Rio de Janeiro e São Paulo. A previsão da Motiva – responsável pela concessão da rodovia – é de entregar a nova pista de subida em 2028. Já a pista de descida deverá ser concluída em 2029. As antigas pistas serão desativadas.

Acompanhado de assessores e de integrantes da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes (CAPA), do CREA, o presidente do Conselho participou da visita, que durou cerca de cinco horas.

"Esta é a maior obra de infraestrutura viária do Estado do Rio hoje. Embora seja uma obra privada, o Estado precisa retomar obras de infraestrutura como essas. Essa obra interliga as duas maiores cidades do país, que são Rio e São Paulo. O Estado precisa de obras fundamentais de grande infraestrutura para o seu desenvolvimento regional. Outras que podemos citar é a ampliação do metrô, do sistema de abastecimento de água, e de macrodrenagem, para resolver os problemas de enchentes", afirmou o presidente do CREA-RJ, acrescentando que "o momento exige que o Estado tenha um plano estratégico para a infraestrutura, pensando para daqui a cinco, dez, 20, 30, 50 anos".

O presidente do CREA destacou também a importância de a construtora Queiroz Galvão (atual Álya, ligada à Somah Investimentos) ter-se tornado um "símbolo da referência da reorganização da engenharia" no Estado do Rio, após o desmonte das empresas de engenharia, em consequência da Operação Lava Jato. Com 26 anos, a EGTC – que pertence à Somah – tem cerca de 2.500 funcionários, 500 dos quais são engenheiros, técnicos e auxiliares.

A delegação do CREA percorreu cerca de quatro quilômetros dentro do canteiro de obras. Visitou a fábrica de pré-moldados, a oficina mecânica (a obra emprega 265 máquinas pesadas, de caminhões a guindastes de mais de cem toneladas) e, do alto de um morro, viu a britagem onde produzem as pedras para a usina de concreto. Numa área que abrange dois municípios (Paracambi e Piraí), a obra tem 34 canteiros, que funcionam em dois turnos de trabalho.

O gerente corporativo de engenharia da EGTC Infra, engenheiro Fábio Villari, lembrou que a obra de duplicação da Serra das Araras apresenta desafios que têm sido enfrentados com muita tecnologia e inovação:

"Esta é uma grande obra de engenharia, tem muita tecnologia, muita inovação; a gente busca no dia a dia soluções inovadoras de engenharia que possam trazer o melhor para a empresa, para as obras. Uma grande novidade aqui é o uso da treliçadeira para sustentar as vigas que usamos nos viadutos", observa Villari.

Para a construção dos novos viadutos, estão sendo realizados desmontes de rochas, com interdição temporária da pista de subida em alguns momentos.

Outro gerente de engenharia da EGTC, Eduardo Meira, há 26 anos na empresa, fez uma apresentação geral da obra, mostrando a maquete eletrônica e informando que, até o momento, 38% do trabalho já foram concluídos. Meira contou que em pouco mais de um ano houve cinco acidentes mais graves, com dispensa de funcionários – um deles com morte. O gerente da EGTC lembrou que o canteiro de obras tem uma equipe de segurança formada por engenheiro, técnicos de segurança do trabalho e médico ocupacional, além de ambulância e equipe de resgate da Motiva, à disposição do canteiro de obras.

A coordenadora da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes, a engenheira de produção Lucyane Almeida Ferreira, parabenizou as práticas de segurança e prevenção da EGTC. Formada por cerca de 20 pessoas, a delegação do CREA-RJ foi convidada a assistir a um briefing de segurança para a visita, em que todos usaram Equipamentos de Proteção Individual.

Os números da obra:

7,7 quilômetros de extensão em cada sentido

Quatro faixas de rolamento, uma faixa de segurança à esquerda e acostamento à direita.

3,4 milhões de metros cúbicos de escavação

1,9 milhão de metros cúbicos de aterro

129 mil metros cúbicos de concreto

30 milhões de quilos de aço

2.730 metros quadrados de cortina atirantada

O corte mais alto tem 82 metros de altura
 

Aspecto da obra onde é feita a produção de brita para a usina de concreto da obra da EGTC / Foto: Jorge Antonio Barros - Divulgação: CREA-RJ


Fonte: CREA-RJ / Libris